Cinema: resumo semanal

Esta semana fui ver "Enquanto Estiveres Aí..." e "O Fatalísta".

"Enquanto Estiveres Aí" é uma comédia romântica com a Reese Witherspoon e Mark Ruffalo nos papéis centrais.
Quando David (Ruffalo) alugou o seu apartamento em são Francisco, a última coisa que ele esperava - ou queria - era uma companheira de apartamento. Mas uma bonita e mas decididamente controladora jovem mulher chamada Elizabeth (Witherspoon) aparece de repente, insistindo que o apartamento é dela. David assume que houve um mal-entendido gigante...até que Elizabeth desaparece tão misteriosamente como apareceu. Mudar as fechaduras não detém Elizabeth, que começa a aparecer e desaparecer quado lhe apetece - principalmente para criticar os hábitos pessoais de David no seu apartamento. Convencido de que ela é um fantasma, David tenta ajudar Elizabeth a atravessar para o "outro lado".
Apesar da irrealidade do "espírito" o filme tem um argumento muito seguro, com um seguimento da história, dentro do possível, com lógica. Não é tão óbvio como se esperaria, o que também torna este filme bastante bom. Reese Witherspoon (a loira dos filmes "Legally Blonde") e Mark Ruffalo têm um bom desempenho. O filme está engraçado, usando por diversas vezes o humor inteligente em detrimento do humor rudimentar, simples e, para mim, sem piada. Para além disso, é bastante romântico. Gostei bastante.
Nota: 15

"O Fatalísta" é uma espécie de comédia/drama com Rogério Samora, André Gomes, Rita Blanco e José Wallenstein nos principais papéis. Este filme vi-o em ante-estreia no Porto juntamente com o seu realizador, João Botelho, com o realizador mais velho do mundo ainda em actividade, Manuel de Oliveira, entre outras personalidades do nosso cinema.
Tudo o que de bem ou de mal nos acontece "cá em baixo", está escrito "lá em cima". É a frase preferida de Tiago (tradução de Jacques, porque vem dos santos), motorista de condição, para justificar todas as suas surpreendentes acções, quando através de um estranho Portugal conduz o seu patrão na delirante e interminável história dos seus amores.
É um filme diferente. Com um argumento baseado num livro de Denis Diderot, este filme parece mais uma espécie de teatro em vez de cinema. As personagens parecem todas poetas, desde o simples motorista até ao nobre marquês. Parece que falam sempre em verso. Muito pouco natural. A realização está "à portuguesa". Muito parado, muitas vezes infinitos segundos com a imagem fixa na estrada enquanto o narrador "conta" a história, ou paisagens ao longo da estrada. O som é também o tipico dos filmes portugueses. Será que não têm meios para fazerem filmes com som de qualidade? Quanto aos actores... enfim... temos mesmo um reduzidíssimo leque de actores no nosso país. Quando desaparecem da tela figuras do nosso cinema como Nicolau Breyner, João Lagarto, Ruy de Carvalho ou mesmo Joaquim de Almeida, não se pode esperar grande coisa. Neste filme vemos a fraca qualidade dos nossos restantes "actores". Actores entre aspas, porque muitos dos "secundários" que apareceram, de certeza que não podiam ser actores. No entanto, destaco o bom desempenho de Rita Blanco (a melhor do filme), Rogério Samora (apesar de tudo foi dos melhores) e ainda a grande surpresa (para mim) Patrícia Guerreiro. Adivinha-se-lhe um grande futuro. No entanto, o filme tinha um humor leve mas muito interessante, o que, juntamente com o razoável argumento, ajuda a que o filme tenha nota positiva.
Nota: 12

Esta semana estreia "As Crónicas de Nárnia" e "O Nevoeiro".

Bom cinema.